Os termos Vinho Suave e Seco usados nos rótulos dos vinhos brasileiros têm causado muita confusão entre profissionais do setor e consumidores. Existe um conceito técnico relacionado com a composição e legislação de rotulagem do vinho. Ao mesmo tempo, existe um conceito popular que está relacionado apenas ao sabor do vinho no paladar.
Diferença em relação a legislação
Tecnicamente, no Brasil, as palavras Suave e Seco estão relacionadas ao teor de açúcar do vinho. De acordo com a legislação, o vinho seco contém até 4 gramas de glicose por litro, enquanto o vinho suave contém 25 gramas de glicose por litro.
Coloquialmente, a palavra “suave” é usada para descrever vinhos que são agradáveis e fáceis de beber. Um vinho equilibrado e delicado que não compromete o paladar. É chamado de “vinho redondo”. Na prática, isso significa que todos os recursos sensoriais estão integrados e nada fica na boca.
O conceito popular de “vinho seco” aplica-se aos vinhos que apresentam adstringência, ou seja, induz a sensação de boca seca. Esta adstringência é causada pelos taninos. O tanino é uma substância natural encontrada nas cascas da uva que reage com a saliva e produz uma sensação de nó na boca.
Como o vinho tinto leva algum tempo para entrar em contato com as cascas das uvas que estão sendo feitas, ele tende a ter mais taninos. E, assim, fica mais seco. Nos vinhos brancos, os taninos são quase imperceptíveis devido ao muito pouco contacto com a pele. Isso o torna “mais suave”.
Uvas usadas
As uvas são uma das diferenças entre os dois vinhos. O vinho seco é elaborado com uvas da família Vitis vinífera (uvas européias) e da Vitis labrusca (uvas americanas). A Vitis vinífera ou também conhecida como “uva nobre” é utilizada para produzir vinhos finos, enquanto a Vitis labrusca é utilizada para fazer vinho de mesa e suco de uva.
Os vinhos suaves brasileiros, por sua vez, são elaborados a partir de Vitis labrusca ou uvas americanas, que apresentam complexidade aromática menos pronunciada. Exemplos incluem as variedades Isabel, Bordô, Hebermont, Niagaras e Concord.
A produção
A característica mais importante do vinho seco é a quantidade de açúcar na bebida. Para se qualificar para esta denominação, o vinho deve conter até 4 gramas de glicose por litro.
O açúcar residual é o açúcar que permanece na bebida após todo o processo de fermentação. O nome é porque durante o processo, uma certa quantidade de açúcar é convertida em álcool.
Após as uvas serem esmagadas, a fermentação começa até que a levedura converta alguns dos açúcares existentes em álcool. Se o açúcar residual for inferior a 4 gramas por litro, o vinho está seco. Desta forma, a doçura não será sentida nos vinhos secos.
Por outro lado, os vinhos suaves apresentam mais açúcar em sua composição. No Brasil, um vinho suave deve conter mais de 25 gramas de glicose por litro.
Portanto, durante sua fabricação, as uvas são fermentadas até atingir a doçura desejada. Em seguida, abaixam a temperatura para interromper a fermentação ou usam um processo de filtragem que impeça a levedura de converter açúcar em álcool. Outra maneira de fazer vinho suave é adicionar açúcar à bebida.
Vinho Seco
Por regulamento, o vinho é considerado seco quando possui no máximo 4 gramas de glicose por litro. Basicamente, a maior característica do vinho seco é o teor de açúcar na bebida.
Após o processo de fermentação, a levedura converte a maior parte do açúcar das uvas em álcool. Uma vez feito, este teor de glicose determinará a classificação do vinho. Se estiver abaixo de 4 gramas por litro, o vinho é considerado seco.
As uvas utilizadas na produção são viníferas ou americanas, ou seja, uvas como Vitis Vinífera e Vitis labrusca. Nenhum açúcar adicional é adicionado na produção de vinho seco.
Existem várias categorias de vinhos secos, caso não esteja familiarizado com esta categoria, recomenda-se começar pelos vinhos mais leves e delicados. Aprecie e esmague os sabores marcantes da bebida, em perfeita harmonia com os pratos e momentos.
Vinho Suave
Vinhos suaves, como o nome sugere, são mais suaves devido ao seu alto teor de açúcar. Por serem mais doces, é um vinho que agrada a maioria das pessoas, principalmente os iniciantes.
Pela legislação brasileira, para ser considerado um vinho sedoso, a bebida deve conter mais de 25 gramas de açúcar por litro. Devido ao alto teor de glicose, não desenvolve uma textura e aroma atraentes.
Os vinhos suaves são produzidos a partir de uvas de mesa ou americanas (Vitis labrusca), que costumam ser consumidas in natura.
No caso do vinho suave, menos açúcar é convertido em álcool pela levedura, por isso ainda é mais doce. Isso explica por que é um vinho considerado refinado, fácil de beber e não afeta o paladar.
Agora que você entendeu a diferença entre esses dois vinhos, basta você identificar qual agrada mais o seu paladar.